Hoje vocês vão ver aqui no blog duas poesias,começando pela poesia Ladainha.
Ladainha
Por se tratar de uma ilha deram-lhe o nome
de ilha de Vera-Cruz.
Ilha cheia de graça
Ilha cheia de pássaros
Ilha cheia de luz.
Ilha verde onde havia
mulheres morenas e nuas
anhangás a sonhar com histórias de luas
e cantos bárbaros de pajés em poracés batendo os pés.
Depois mudaram-lhe o nome
pra terra de Santa Cruz.
pra terra de Santa Cruz.
Terra cheia de graça
Terra cheia de pássaros
Terra cheia de luz.
A grande terra girassol onde havia guerreiros de
tanga e onças ruivas deitadas à sombra
das árvores moscadas de sol.
Mas como houvesse,em abundância,
certa madeira cor de sangue cor de brasa
e como fogo da manhã selvagem
fosse um brasido no carvão noturno da paisagem
e como a terra fosse de árvores vermelhas
e se houvesse mostrado assaz gentil,
deram-lhe o nome de Brasil.
Brasil cheio de graça
Brasil cheio de pássaros
Brasil cheio de luz.
Agora vamos para a segunda poesia.
Gato pensa?
mas é difícil de crer.
Já que ele também não fala
Como é que se vai saber?
A verdade é que o Gatinho,
quando mija na almofada,
vai depressa se esconder:
sabe que fez coisa errada.
E se a comida está quente,
ele,antes de comer
muito calculadamente,
toca com pata pra ver.
Só quando a temperatura
da comida está normal,
vem ele e come afinal.
E você pode me explicar
como é que ele sabia
que ela ia esfriar?
Ferreira Gular
Até o próximo post pessoal